De acordo com dados divulgados pelo Governo, até outubro de 2024, foram notificadas 351 mortes de AIDS no estado

Em Pernambuco, entre os casos de HIV registrados até outubro deste ano, a orientação sexual heterossexual foi a que apresentou o maior número de infecções, somando 1.013 de um total de 2.312. Os dados fazem parte do Informe Epidemiológico 2024 sobre HIV/AIDS no estado, divulgado na semana passada pela Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde e Atenção Primária, em parceria com o Programa Estadual de IST, AIDS e Hepatites Virais. O boletim também apontou que, no mesmo período, foram registrados 699 casos de AIDS no estado. Dezembro Vermelho, vale destacar, é o mês dedicado à intensificação das ações de enfrentamento ao HIV, à AIDS e a outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST).
O informe detalha que, entre os homens, a maioria dos casos de HIV está na faixa etária de 20 a 29 anos (596). Já entre as mulheres, o maior número de infecções foi registrado na faixa de 40 a 49 anos (174). Além disso, 414 gestantes foram diagnosticadas com o vírus em 2024, sendo a maior parte delas na faixa de 20 a 29 anos (207) e entre pessoas de raça ou cor parda (291).
Sobre os casos de AIDS, dos 699 registros deste ano (480 em homens e 219 em mulheres), a maior concentração ocorreu na faixa etária de 30 a 39 anos (205). O boletim também alertou para a ocorrência de sete casos em crianças. Em relação aos óbitos, 351 pessoas morreram em decorrência da AIDS em 2024, sendo 241 homens e 110 mulheres.
Durante a divulgação, o médico infectologista e hepatologista Lucas Caheté, diretor-geral de Vigilância Epidemiológica da SES-PE, destacou a importância da prevenção combinada para reduzir as infecções pelo HIV. Segundo ele, as pessoas podem escolher entre métodos como preservativos internos e externos, medicamentos como PrEP e PEP, uso de gel lubrificante, testagem e tratamento precoce das ISTs. O diretor também ressaltou a gravidade do desconhecimento e da discriminação relacionados ao HIV e outras ISTs. “Precisamos combater qualquer tipo de preconceito. Não existe um grupo de risco, existem comportamentos de risco. E nós, como profissionais de saúde, temos a responsabilidade de promover esclarecimentos a todxs”, enfatizou.
Por Adriane Delgado – estagiária sob supervisão